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Amor, ódio ou os dois?
Amor, ódio ou os dois?

 

Quem não ama e odeia uma mesma pessoa? Quem nunca brigou com o chefe querendo mais é que ele “se ferre” e tempos depois já estavam conversando amistosamente? Quem nunca teve um amigo que o irritou absurdamente, despertando a vontade de nunca mais falar com ele mas continua a amizade por que, afinal, “ele é gente boa”? Quem nunca ficou com raiva de um filho por ele ter feito algo insuportável e tempos depois está o abraçando? Quem nunca?

 Convivemos com as pessoas e não percebemos a convivência do amor e do ódio. Muito ocorre de termos a ilusão de que, quando gostamos muito de uma pessoa, elas são perfeitas. De repente, começamos a ver defeitos e além de amar, começamos também a odiar. Aí, talvez percebamos, em algum momento, que o ódio começa a superar o amor. Brigamos, rompemos relacionamentos.

 Será que podemos apenas amar uma pessoa?

 Vamos, primeiramente, pensar num bebê: como funciona sua relação com a mãe? A mãe, como todo ser humano, é falha, ou seja, não consegue satisfazer as necessidades do bebê no mesmo segundo que ele chora. Leva um tempo, mesmo que 30 segundos até que ela chegue, mas existe essa demora. Bom, os bebês já nascem com sentimentos e podem sentir amor ou ódio. Sim, eles podem.

Bom, assim, nesse tempo que a mãe leva pra vir acudir o bebê, o bebê pode ter odiado essa mãe por ter atrasado. O sentimento pode mudar quando ela satisfaz a sua necessidade, por exemplo, se é fome, ela lhe dá de mamar e ele a ama. O sentimento pode continuar caso ela erre. Sim, mas o que bebês que amam e odeiam tem a ver com adultos?

 Tudo começa quando somos bebês. Há um conflito entre o amor e ódio e esse conflito é permanente. Depois passamos pela infância. Quem, quando criança, nunca ficou com raiva dos pais por não terem dado determinado brinquedo ou por não terem permitido fazer determinada coisa ou por terem mandado ir dormir logo no meio de um jogo legal? Nossa, muita raiva, não? Imagino que sim. Mas por quanto tempo essa raiva continuou? Um dia? Uma noite? Dois dias? E aí, o que acontecia? Logo os pais voltavam a ser os melhores do mundo, aqueles que nos amavam e a quem nós também amávamos. O ódio já foi esquecido. Amamos e odiamos? Sim.

 Aí, quando viramos adolescentes, a mesma coisa se repete. Os pais não sabem de nada, ficam querendo mandar na nossa vida, ficam querendo se meter no que não devem, e nós os odiamos mais uma vez. Aí, ficamos com algum problema e, ao procurarmos nossos pais, eles nos aconselham e conversam conosco e aí... os amamos. Amamos e odiamos? Sim.

 Quando somos adultos isso continua. Aprofundei no exemplo dos pais, que são as primeiras pessoas com quem cada um se relaciona. Mas, a partir daí, esse conflito se estende para todas as relações, como alguns exemplos escritos no primeiro parágrafo desse texto. Amor e ódio andam juntos e não separados. Amamos e odiamos. Claro, não estou falando aqui de extremos, pois isso é tema para outra discussão.

 Sim, podemos prestar atenção nas nossas relações e tomar cuidado para não chegar a extremos. Nem amor demais, nem ódio demais. Isso pode destruí-las. E, além disso, cada um pode  também refletir sobre: como você funciona quando ama e quando odeia? O que acontece com você?